No mundo inteiro, cinco grandes organizações trabalham contra as forças sobrenaturais malignas. A Ordem de Aset, formada por vampiros, e Agnus Dei, por padres, ficam na Europa e estão em conflito. Ambas descobrem o nascimento de uma pessoa importante para o rumo da humanidade e a querem. Essa é a trama de Agnus Dei, da jovem escritora Julianna Costa. O livro publicado pela Grimório Editorial tem 376 páginas e é dividido em um prólogo e 34 capítulos. Mas como parceria tenho a edição do autor do livro, que achei bem mais bonita que a da editora.
A obra, que é o primeiro volume de uma série chamada A Idade
do Sangue, tem como protagonista Julie, uma garota universitária normal que
adora fazer trilha. Isso até sofrer um acidente de carro e depois ser mordida
por um vampiro, e também ser transformada em uma dessas criaturas da noite.
Ela é levada à Ordem de Aset e mantida lá, por acreditarem
que possa ser a reencarnação de um dos fundadores da organização, iniciada há
2.500 anos a.C. Eles vivem em um mundo tridimensional (altura – largura –
profundidade), e com suas próprias políticas, tradições e regras de
convivência, assim como alguns problemas de conspirações e relacionamentos.
A narrativa evolui aos poucos; com capítulos curtos,
consegue prender o leitor nas tramas paralelas. Na abertura de cada capítulo,
além de um título, também são apresentadas citações, pensamentos e provérbios
relacionados com a história. Em certo momento, até mesmo o surgimento dos
vampiros no mundo é contado.
Descobertas, crimes, lembranças, sonhos, desconfianças,
surpresas, caçadas, fugas, desejos, traições e sensualidade contextualizam os
acontecimentos que misturam aventura com drama, romance com suspense, tudo em
meio a mortes e muito sangue. Além de vampiros, também temos anjos, bruxas e
lobisomens no livro, mesmo que como coadjuvantes e citados indiretamente.
Algo que me incomodou foi a fácil aceitação de Julie à sua
nova condição de vida. No início não entendeu muito, mas logo se viu em um meio
novo e recebeu todas as informações de maneira rápida e simples. A obra ainda
trata de demônios e do próprio Vaticano e da Igreja Católica, envoltos de
mistérios e explicações. Mutações, dinheiro, telepatia, tatuagens pelo corpo,
hackers, pactos, escolhas e encontros também fazem tornam o enredo instigante e
curioso.
Preciso confessar que a capa não é muito atraente, as
páginas muito cinzas incomodam e as descrições nas orelhas e na contra capa são
um pouco presunçosas, comparando a narrativa da autora com a de J. K. Rowling e
George R. R. Martin – o que considero mais uma jogada de marketing do que
análise da obra. E o título também me incomodou, já que a trama centra-se mais
na organização Ordem de Aset do que na Agnus Dei.
Ao final do livro temos uma revelação sobre a personagem
principal que, acredito eu, possa ser o mote para o segundo volume da série. A
linguagem simples, com diálogos e pensamentos destacados, torna o enredo
envolvente e a história atrativa. Os vampiros de Julianna Costa não são tão
diferentes dos outros, mas podem atrair leitores que gostam de histórias com
essas criaturas sombrias.
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